Entenda o que é o Carma/Karma

A palavra carma tornou-se popular. Basta olhar para rótulos como o meu karma atropelou o seu dogma ou É um trabalho ingrato, mas eu tenho muito karma para queimar.

Na verdade, nem todo mundo entende o que o significa realmente carma, por que ele é importante e como lidar com ele.

CARMA É MUITO MAIS DO QUE ISSO!

Pense nos talentos com os quais nasceu e nas coisas boas que aconteceram consigo na vida. Agora pense nas chamadas limitações e desafios que surgiram no seu caminho. Ambos têm a ver com o seu carma.

O carma simplesmente diz-nos que o que acontece connosco no presente é o resultado de causas que nós mesmos colocamos em movimento no passado – seja há dez minutos atrás ou há dez vidas atrás. Todos nós crescemos aprendendo alguma coisa sobre carma.

Simplesmente, não chamávamos assim. Em vez disso, ouvimos: o que anda por aí vem por aí. Tudo o que um homem semear, ele também colherá. Para cada ação há uma reação igual e oposta.

O QUE É, AFINAL, CARMA?

Em essência, o carma diz-nos que tudo o que fizermos chegará à nossa porta — em algum momento, em algum lugar. Carma e reencarnação andam de mãos dadas. Enquanto carma significa responsabilidade e retorno, reencarnação é simplesmente outra palavra para oportunidade.

A reencarnação dá-nos outra hipótese para saldar as dívidas cármicas que devemos aos outros e colher as bênçãos que enviamos. O carma e a reencarnação também nos ajudam a fazer sentido fora dos pontos de interrogação na vida.

Porquê eu? Por que não eu? Por que a minha sobrinha nasceu com síndrome de Down, quando os seus irmãos e irmãs são saudáveis e robustos? Por que todos os meus relacionamentos se tornam um cabo de trabalhos – como é que eu não posso viver com ele e não posso viver sem ele? Por que sobrevivi a um acidente de carro, quando todos os meus amigos no carro morreram?

A vida está cheia de paradoxos e questões como estas. Como um koan zen, cada paradoxo é projetado para nos fazer cavar mais fundo, conectar-se com a nossa alma interior para conhecer e resolvendo o enigma cármico.

VERDADES CÁRMICAS - INSPIRANDO-SE NA NATUREZA

Às vezes parece que a única coisa com que podemos contar são os ciclos das estações. Não importa o que aconteça, sabemos que o surto de nova vida na primavera dará lugar à beleza total do verão.

A colheita madura do outono dá as boas-vindas ao inverno, enquanto a natureza se prepara mais uma vez para um novo começo.

Muitos sábios olharam para os ciclos da natureza para entender os ciclos da alma.

O carma e a reencarnação dizem-nos que a nossa alma, seguindo os padrões da natureza, caminha por um caminho de nascimento, amadurecimento, morte e, em seguida, a oportunidade renovada de renascimento.

Eles dizem-nos que fazemos parte de um fluxo de consciência em movimento e que, através das muitas experiências de vida, a nossa alma está evoluindo.

O carma e a reencarnação explicam que a nossa alma, como a lendária fénix, realmente ressurge das cinzas dos nossos antigos eus para renascer e que nossas vidas anteriores contêm as sementes de nossa nova vida.

Por outras palavras, tudo o que somos hoje temos vindo a construir há milhares de anos.

Os ciclos naturais de carma e reencarnação podem ajudar-nos a entender como chegamos, onde estamos hoje e o que podemos fazer a respeito disso.

Eles podem ajudar-nos a entender por que nascemos com um conjunto particular de aptidões e talentos, crises e desafios, atribuições e aspirações.

Podem ajudar-nos a lidar com as questões que nos provocam nos momentos de exasperação.

Por que eu nasci nesta família, destes pais? Por que dei à luz os filhos que tenho? Por que tenho medo da água e das alturas? Por que estou aqui?

Neste artigo, falaremos sobre os princípios subjacentes, bem como aspetos práticos do carma e da reencarnação: como a crença na reencarnação se estende pelo Oriente e pelo Ocidente, através de muitos séculos e culturas.

Por que o carma é o Fator X nos nossos relacionamentos, saúde, na nossa carreira - todos os aspetos da nossa vida.

CARMA NÃO É DESTINO

Como funciona o carma? Como podemos traçar os fios cármicos que tecemos de vida em vida?

Vamos compartilhar algumas ferramentas e técnicas que podem ajudá-lo a transformar encontros cármicos em grandes oportunidades para moldar o futuro que você quer.

Quer acredite ou não na reencarnação e no carma, este artigo oferece novas maneiras de pensar sobre os paradoxos e promessas mais profundos da vida.

A LEI DO AMOR

O carma começa onde a regra de ouro termina. Fazei aos outros o que quereis que vos façam — porque um dia vos será feito.

A palavra sânscrita karma significa "ato", "ação", "palavra" ou "ação". A lei do carma, como é tradicionalmente ensinada, diz que os nossos pensamentos, palavras e ações – positivas e negativas – criam uma cadeia de causa e efeito, e que experimentaremos pessoalmente o efeito de cada causa que colocamos em movimento.

O carma, portanto, é o nosso maior benfeitor, devolvendo-nos o bem que enviamos aos outros. É também o nosso maior mestre, permitindo-nos aprender com os nossos erros. Porque a lei do carma devolve-nos tudo o que enviamos como pensamento, palavra ou ação, alguns pensam nisso como punição. Não é assim.

A lei do carma é a lei do amor. Não há amor maior do que ter a oportunidade de entender as consequências de nossa ação – ou nossa inação – para que a nossa alma possa crescer.

O carma ensina-nos a amar, amar e amar como nenhum outro processo o pode fazer. Dá-nos esperança.

Veja-se, por exemplo, o trágico caso do voo 052 da Avianca. Em 1990, depois de uma longa viagem da Colômbia, tentava aterrar no Aeroporto Internacional John F. Kennedy.

Os controladores e o mau tempo atrasaram a sua aterragem durante uma hora e dezassete minutos. O jato ficou sem combustível e caiu numa encosta em Cove Neck, Nova York, matando setenta e três pessoas e ferindo oitenta e cinco.

O National Transportation Safety Board disse que a gestão inadequada do fluxo de tráfego contribuiu para o acidente, bem como a comunicação defeituosa. A tripulação não comunicou uma situação de combustível de emergência, o que lhes teria permitido ter uma aterragem prioritária.

A transcrição oficial do gravador de voz da cabine mostra que o primeiro oficial, que tinha o trabalho de se comunicar com os controladores de tráfego aéreo, disse à torre de controlo que o avião estava com pouco combustível, mas ele nunca usou a palavra emergência, embora o piloto o tenha orientado.

Em termos cármicos, o primeiro oficial foi, pelo menos parcialmente, responsável pelas mortes e ferimentos das pessoas a bordo. Tendo morrido ele próprio no acidente, como seria capaz de pagar a sua dívida para com as pessoas prejudicadas pela sua negligência? Deus enviá-lo-ia para o inferno?

De acordo com a lei de causa e efeito, a lei do carma, aqui está um cenário possível: ele será misericordiosamente autorizado a reencarnar e ter a oportunidade de trabalhar numa posição onde possa servir aqueles que sofreram.

Os passageiros cujo destino nesta vida pode ter sido interrompido por este acidente também terão outra oportunidade de viver e completar sua jornada de alma.

Uma única vida, quer tenha sido vivida até aos nove ou noventa e nove, não é tempo suficiente para a alma pagar as suas dívidas cármicas, desenvolver o seu vasto potencial ou cumprir a sua razão de ser.

Como poderíamos aprender todas as nossas lições espirituais ou compartilhar todos os nossos talentos únicos no palco da vida em apenas uma vida?

Reencarnação: Uma Crença sem Fronteiras

A crença no carma e na reencarnação atravessa o tempo e o espaço, encontrando um lar em muitas culturas, antigas e modernas.

Os conceitos mais elaboradamente desenvolvidos de carma e reencarnação são encontrados nas tradições religiosas da Índia, especialmente no hinduísmo, budismo, jainismo e sikhismo.

Estas tradições explicam que a alma colhe tanto o bem como o mal que semeou em vidas anteriores. "Assim como um agricultor planta um certo tipo de semente e obtém uma certa colheita, assim é com boas e más ações", explica o Mahabharata, o grande épico hindu.

O Dhammapada, uma coleção de provérbios do Buda, diz-nos: "O que somos hoje vem dos nossos pensamentos de ontem....Se um homem fala ou age com uma mente impura, o sofrimento segue-o como a roda do carrinho segue a besta que puxa o carrinho ....Se um homem fala ou age com uma mente pura, a alegria segue-o como a sua própria sombra."

Embora este facto seja desconhecido para muitos ocidentais, antes do advento do cristianismo, a reencarnação também fazia parte das crenças espirituais de muitos dos povos da Europa, incluindo as primeiras tribos teutónicas, os finlandeses, islandeses, lapões, noruegueses, suecos, dinamarqueses, saxões primitivos e os celtas da Irlanda, Escócia, Inglaterra, Bretanha, Gália e País de Gales.

Os galeses chegaram a afirmar que foram os celtas que originalmente levaram a crença da reencarnação para a Índia.

Na Grécia antiga, tanto Pitágoras como Platão acreditavam na reencarnação. Pitágoras ensinou que as muitas encarnações da alma eram oportunidades para ela se purificar e aperfeiçoar.

Alguns nativos americanos, bem como muitas tribos na América Central e do Sul, acreditaram na reencarnação.

Hoje a crença também existe entre mais de cem tribos na África, bem como entre os esquimós e tribos da Austrália Central e muitos povos do Pacífico, incluindo taitianos, melanésios e okinawanos.

E a tradição judaico-cristã? A lei do carma, como lei de causa e efeito, está firmemente enraizada nessa tradição.

De acordo com alguns estudiosos, declarações feitas por Josephus, historiador judeu do século I, podem indicar que os fariseus e os essénios acreditavam na reencarnação.

Sabemos que Filo, o grande filósofo judeu e contemporâneo de Jesus, ensinou a reencarnação.

O Padre Orígenes de Alexandria, do século III, observou que a reencarnação fazia parte dos ensinamentos místicos dos judeus.

Além disso, a reencarnação foi e é ensinada por estudantes da Cabala, um sistema de misticismo judaico que floresceu no século XIII e está a desfrutar de um ressurgimento hoje.

A reencarnação também faz parte das crenças religiosas do movimento hassídico judaico, fundado no século XVIII.

Por último, mas não menos importante, a própria história, bem como manuscritos antigos descobertos neste século, revelam que a reencarnação estava viva e bem no cristianismo primitivo.

Ao longo do século XIII, certos grupos de cristãos defendiam abertamente a reencarnação ao lado das crenças cristãs tradicionais.